Autodomínio
Autodomínio

«Qualquer pessoa pode ficar zangada. Isso é fácil. Mas ficar zangado com a pessoa certa, na proporção certa, no momento certo, pelo motivo certo e de modo certo, isso não é fácil.» São palavras de Aristóteles, um dos maiores filósofos de todos os tempos.

É saudável «desabafar» e expressar a irritação que nos consome. O equilíbrio psicológico passa pela libertação das emoções. Porém, temos de pôr a funcionar o nosso «polícia interno». Não se pode soltar tudo o que vai cá dentro, em frente de qualquer pessoa, sem medir as palavras e os efeitos. Quando respondemos emotivamente às provocações agressivas, sobretudo quando descarregamos frustrações sobre inocentes, corremos o risco de atiçar um conflito violento.


Para viver bem com os outros, é importante saber arranjar «válvulas de escape» por onde se canalizem as tensões. Quase todos os especialistas aconselham o exercício físico como processo de aliviar as pressões emocionais. Exercícios físicos moderados (caminhar, andar de bicicleta, fazer ginástica ou praticar qualquer desporto…) aceleram a circulação do sangue, ajudam a descontrair e levantam o ânimo.


O exercício físico não é a única técnica eficaz para reduzir a agressividade. Há outras técnicas, como ler, cantar, ouvir música, «respirar fundo», pensar em coisas positivas, falar com amigos, dormir ou simplesmente… rezar. Compete a cada pessoa escolher a sua própria técnica de autodomínio, para que a hostilidade não venha a envenenar a sua relação com os outros.


Uma pessoa sem autodomínio tem explosões irracionais. Muitas vezes diz ou faz o que não quer e deixa de dizer ou fazer o que seria oportuno. Facilmente ganha fama de «descontrolado», «irascível», «intratável» e pode ser afastado do grupo como «incapaz de cooperar».


O autodomínio é a disciplina interior que leva o homem a dominar-se a si mesmo, antes de querer dominar os outros. Nas palavras de Séneca, «o mais forte é o que tem poder sobre si próprio».


Quem se domina tem a paciência de esperar a melhor oportunidade para falar, para fazer exigências ou para fazer reparos críticos. Quem se domina sabe que o tempo é bom conselheiro, na medida em que relativiza a importância das coisas e tempera os juízos precipitados. Quem se domina segue a regra prudente de «deixar para amanhã o que não deve fazer hoje…»


A serenidade de não responder à letra às observações duras e injustas é uma atitude superior que acalma e moraliza o provocador. As pessoas agressivas sentem-se desarmadas e interpeladas pelos métodos de acção daqueles que não cedem ao primeiro impulso negativo.


O autodomínio é uma atitude inteligente que favorece a relação com os outros e ajuda o próprio a sentir-se melhor consigo.